Pr Felipe Canosa

Mensagem Pastoral | Reflexões | Apologética | Etc.

Cruz Credo

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Para falar sobre este importante assunto, é preciso sem sombra de dúvida falarmos sobre o CREDO APOSTÓLICO, entendermos e esmiuçarmos completamente o seu significado e seu aplicativo. E aqui vemos outra dificuldade, pois a palavra “credo” por incrível que pareça ainda causa aversão a muitos, pois a maioria associa a palavra “credo” com o seguimento católico romano e o motivo de se pensar assim é o de sempre, a falta de CONHECIMENTO das Escrituras Sagradas, somado ao desconhecimento histórico eclesiástico ou seja, a igreja não estuda, mais vale o que o pastor disser, isso se o que for dito for do agrado de quem ouve.

É lamentável! Devo, portanto, esclarecer que o credo apostólico não tem NADA a ver com a igreja católica romana, sua criação se deu por volta do século terceiro ou quarto para combater um movimento herético crescente chamado gnosticismo. A expressão “cruz credo” hoje deturpadamente tem o sentido de alerta ou de nojo, mas originalmente significa: creio na cruz, ou seja, creio no Jesus que vicariamente morreu em uma cruz para me salvar, ressuscitou e foi assunto ao céu. O credo tem doze pontos, nada a ver com os doze apóstolos, hoje ainda ensinado no cristianismo histórico embora o “cristianismo liberal” não concorde, pois nega a ressurreição de Jesus Cristo, a sua encarnação, e a sua morte pelos nossos pecados e ainda a Ascenção de Jesus aos céus. Portanto o credo tem sim o seu enorme valor, embora seja insuficiente por não falar nada a respeito por exemplo, a doutrina da justificação pela fé, as duas naturezas de Jesus Cristo, totalmente Deus, totalmente homem.

Pois bem, Devido ao fato do Credo Apostólico ser a confissão de fé mais popular do Cristianismo, tem-se chamado simplesmente de “O CREDO”. A palavra Credo é de fato a conjugação verbal com o qual se inicia o Credo Apostólico no latim, onde se declara: “Credo in Deum Patrem”. No nosso idioma, o português a mesma oração se repete: “Creio em Deus Pai”. Assim que o termo Credo significa apenas, Creio, ou seja, eu creio, eu confesso e vivo a minha fé de forma pública e absoluta (2 Co 4:13). Daí, simplesmente um credo que não é outra coisa senão uma forma de se confessar e viver as nossas crenças básicas, vejamos Mt 10:32 “Se uma pessoa afirmar publicamente que pertence a mim, eu também, no Dia do Juízo, afirmarei diante do meu Pai, que está no céu, que ela pertence a mim”. É chamado também de Símbolo Apostólico. Este nome foi dado quando as heresias começaram a invadir a Igreja e a deturpar as Sagradas Escrituras (a Bíblia), como já citei antes. A palavra “Símbolo” vem do grego, e significa: marca distintiva, santo e sinal. Lamentavelmente hoje, em pleno século XXI nos confrontamos com a mesma falta de conhecimento e com as mesmas heresias do passado, por isso devemos resgatar o CREDO APOSTÓLICO, que sem dúvida consiste em narrar de forma firme, completa e absoluta o que nos é ensinado nas Escrituras Sagradas. O CREDO APOSTÓLICO se converte numa marca da veracidade doutrinária apostólica e, portanto, a marca do verdadeiro cristão e da Igreja verdadeira. Rufino (falecido em 410 d.C.) disse que o Credo foi dado como uma marca contra os falsos apóstolos, e acrescenta: "assim, os apóstolos prescreveram esta fórmula como sinal e penhor pelo qual se reconhece quem realmente prega verdadeiramente a Cristo, segundo a regra apostólica, ou seja, de acordo com os ensinamentos apostólicos que por sua vez foram ensinados pelo Próprio Senhor Jesus Cristo". 

Portanto repetindo, o Credo não é apostólico porque foi escrito pelos apóstolos, mas por ser a sua doutrina de fé e prática, e também não tem nada a ver com a igreja católica apostólica romana.  Sua origem remonta a tempos antiguíssimos. Por exemplo, tão antigo como o ano 107 d.C., Inácio (bispo de Antioquia) expunha a doutrina verdadeira contra a heresia docética, que de forma pecaminosa adentrou na sã doutrina. E para expor a regra de fé da Igreja usou as seguintes palavras: “De maneira que, sejam surdos quando alguém vos fale sem Jesus Cristo, o qual foi da linhagem de Davi, de Maria, quem verdadeiramente nasceu, comeu como também bebeu, foi verdadeiramente perseguido sob Pôncio Pilatos, foi verdadeiramente crucificado, e morreu tendo por testemunhas os céus, a terra e o que há sob a terra; quem também verdadeiramente ressuscitou dos mortos, quando o seu Pai o levantou. Seu Pai, a sua semelhança, a nós os que Nele cremos, nos ressuscitará da mesma forma em Cristo Jesus, sem O qual não temos absolutamente vida verdadeira”. (Carta aos Tralianos, ix. 1-2). Para o grande reformador genebrino, o francês, João Calvino não havia nenhuma preocupação em saber quem era o seu autor, pois o importante que devemos saber é que nele se encontra resumida e de modo claro toda a história da nossa fé e que nada contêm nele que não se possa confirmar com sólidos e firmes testemunhos da Escritura (Institutas, II XVI.18). É importante lembrar que sempre estou a me referir ao credo apostólico criado pela igreja de Cristo, não a versão católica romana. Portanto, precisamos conhecer mais a nossa própria história e refutar toda e qualquer citação, regra ou norma que não coadune com a Bíblia. Soli Deo Gloria.







                                                         






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