Você sabe o que exatamente aconteceu
para que a Bíblia chegasse até os dias de hoje, em suas mãos? Só o poder de
Deus justifica e explica o que você está preste a ler e conhecer.
Nenhuma outra obra conseguiu ser
traduzida para tantas línguas e chegar a tantos povos como a Palavra de Deus. É
lamentável saber que a maioria esmagadora de protestantes no Brasil, sequer
conhece o que você está prestes a tomar conhecimento. A lista com os livros
mais vendidos da história coloca a BÍBLIA no primeiro lugar em vendas e
divulgação no planeta com quase 6.250.000.000 de cópias vendidas. Sendo também
o livro que mais foi traduzido no mundo, tendo versões para diversos idiomas e
dialetos, ultrapassando a marca de 2.000 línguas diferentes. Mas o leitor
brasileiro, mesmo o protestante, desconhece a história da Bíblia em Português.
Me permita, portanto, contá-la. A Bíblia
em português é cheia de episódios dramáticos e tão antiga quanto a da Bíblia inglesa,
pois os primeiros ensaios de tradução datam dos tempos do rei Português D.
Diniz (1279-1325), antes mesmo do inglês Wycliff. A primeira
porção traduzida, foram os vinte primeiros capítulos do Gênesis, da Vulgata
Latina, pelo próprio rei D. Diniz. Mas o Novo Testamento só mais tarde foi
traduzido para o português, cerca de cinquenta anos depois de Wycliff, quando o
rei Português D. João (1385-1433), ORDENOU a tradução dos Evangelhos, dos Atos
e das Cartas do Apóstolo Paulo, trabalho que foi executado provavelmente por
padres católicos e certamente da Vulgata. À publicação das porções acima do
Novo Testamento se adicionou o livro de Salmos, traduzido pelo PRÓPRIO rei. Foi
neste mesmo reinado que Portugal deu nome ao Brasil (terra Brasilie), cerca de
122 anos antes de descobri-lo, fato comprovado, derrubando por completo a
história do “pau brasil”, documento comprobatório contido na torre do tombo.
Tivemos ainda algumas outras traduções da Bíblia para o idioma português. Dado
histórico, de acordo com registros apurados, a portuguesa D. Filipa, Infanta,
filha do senhor Infante D. Pedro e também neta do rei D. João, traduziu os
Evangelhos do francês para o idioma lusitano (português). Sabe-se que de fato o
frei cisterciense (ordem religiosa) chamado Bernardo de Alcobaça traduziu o
Evangelho de Mateus e parte dos outros, publicando seu trabalho em Lisboa no
século XV, um século antes da reforma protestante. A cidade de Alcobaça já
existia desde o tempo dos romanos. A história nos informa que o rei
Afonso Henriques prometeu que, se conseguisse expulsar os árabes de Santarém,
construiria uma igreja para os monges cristinenses em Alcobaça. Vitorioso, o
rei cumpriu sua promessa.
Em 1505, a rainha portuguesa Leonora ORDENOU que o livro de Atos e as
Epístolas Gerais fossem traduzida para o português, contudo a linguagem
portuguesa destes primeiros escritos é extremamente arcaica. Algumas destas
tentativas usaram um português tão arcaico como o inglês usado por Wycliff para
tradução da Bíblia em inglês. Entretanto Deus havia separado João Ferreira de
Almeida, para traduzir a Bíblia para o português, nascido em Torres de Tavares,
próximo de Mangualde, Portugal, em 1628. Seus pais eram católicos, mas ele é
convertido a fé Reformada em 1642, pela enorme impressão que causou em seu
espírito a leitura de um folheto em espanhol. Portanto, desde o início de sua
conversão, João Ferreira de Almeida mostrou a sua vasta, extraordinária e
enorme aptidão para os estudos em teologia, leitura e a participação na
liderança eclesiástica.
São desconhecidas as circunstâncias que o fizeram transportar-se à
Batávia, (provavelmente perseguição religiosa) onde se tornou extremamente
ativo e zeloso no trabalho de evangelização, ainda ia fazer 16 anos, quando
começou a pregar nas línguas portuguesa, espanhola, francesa e holandesa. Seu
primeiro trabalho foi a tradução do espanhol de um resumo dos Evangelhos e
Epístolas. Infelizmente este não foi publicado. Almeida conta-nos que, enquanto
se demorava em Málaca, principiou a tradução de algumas partes do Novo
Testamento do espanhol para o português diz ele: “no
segundo ano após minha conversão (do catolicismo romano para o protestantismo)
e meu décimo sexto ano de idade”. Ele acrescenta que terminou esta tarefa de
iniciativa própria em 1645. Mais tarde, com 17 anos de idade somente, ele
traduziu o Novo Testamento da versão latina de Theodoro Beza. Ele também
traduziu o Catecismo de Heidelberg e a liturgia reformada para o português. A Igreja Reformada ganhava um precioso expoente na realização dos
serviços religiosos, Almeida era um homem jovem e talentoso, cuja língua
materna era o português. A razão disto estava em que o português já era na
época uma língua franca de muitas partes da Índia e sudoeste da Ásia. Por causa
da expansão marítima comercial de Portugal.
O português era amplamente usado nas congregações Reformadas, por
asiáticos e cristãos protestantes quando convertidos do catolicismo para a fé
reformada. De igual modo que as estradas abertas na palestina e em todo o
território Judeu pelos romanos em seu domínio, ajudou a pregação do evangelho,
Deus atuou na expansão marítimo portuguesa, facilitando o uso do idioma já
contendo a tradução da Bíblia, usada também por aqueles descobridores que ao
imporem seu linguajar, facilitavam também a divulgação do evangelho de Cristo
Jesus. João Ferreira de Almeida percebe a crescente necessidade de expor o
evangelho ao povo de Portugal, seu país de origem em uma tradução mais
profunda, como ele havia terminado seus estudos de Hebraico e de Grego, inicia
a tradução do Novo Testamento para o português, usando como base o já conhecido
"Textus Receptus", em sua publicação, editada no ano de 1633. Este
trabalho ele o findou em 1670, mas a publicação só teve lugar em 1681, na
Holanda, na cidade de Amsterdã, com o seguinte título: "O Novo Testamento
Isto é: o Novo Concerto de Nosso Fiel Senhor e Redentor Iesu Christo traduzido
na Língua Portuguesa pelo Pastor João Ferreira de Almeida, ministro, pregador do
Santo Evangelho nesta cidade de Batávia, em Java Maior, ex colônia portuguesa.
Nesta cidade (atual Jacarta), capital da antiga Holanda Oriental, o português
foi à língua falada nos séculos XVII e XVIII. As missões religiosas
contribuíram muito para esta grande expansão da língua portuguesa. Isto porque
desde que as comunidades se convertiam ao catolicismo, elas adotavam o
português como língua materna. Também as missões protestantes (holandesas,
inglesas e também dinamarquesas) foram OBRIGADAS a usar o português como a
língua de evangelização. Almeida continua seu novo trabalho de tradução mais
apurado com os originais e com apenas 17 anos de idade, em 1683 Almeida informa
ao Presbitério em Batávia, a notícia de que havia conseguido com a graça de
Deus, completar o Pentateuco. Entretanto, ele não pôde completar seu
trabalho, O saltério de Almeida foi publicado no Livro de Oração Comum para o uso das congregações da Igreja Anglicana nas Índias
Orientais, em 1695 onde o rei da Dinamarca, Frederico IV, interessou-se em desenvolver
no Oriente o conhecimento das Escrituras Sagradas, e pelo seu patrocínio foi
estabelecido o trabalho em Tranquebar.
Para este trabalho foi publicada, em Amsterdã, a 3ª edição do Novo
Testamento de Almeida em 1712. Somente no fim do século XVIII, e o princípio do
XIX, a Bíblia inteira, na tradução de Almeida, foi publicada. Sob a tutela da
Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, foi publicada uma edição do Novo
Testamento de Almeida em 1809. Em 1819 a Bíblia completa de João Ferreira de
Almeida foi publicada em um só volume pela primeira vez, com o título: A Bíblia
Sagrada, contendo os dois Testamentos, Antigo e Novo, traduzida em português
pelo pastor João Ferreira de Almeida, ministro, pregador do Santo Evangelho
em Batávia. Londres, na oficina de R. E. A Taylor, 1819 8º gr. de
IV. 884pp. A que se segue, com rosto e numeração o Novo Testamento,
contendo 279 páginas. Apesar de tudo, a tradução de Almeida
encerra algumas coisas notáveis, onde vemos a ação de Deus. Ela teve
lugar em Batávia, na ilha de Java, milhares de quilômetros longe de seu lugar
de nascimento, Portugal. Realizou-se numa terra cuja língua oficial não era o
português. Era a 13ª. tradução numa língua moderna depois da REFORMA. Feita por
um pastor protestante, destinava-se a um país católico, como Portugal, que
recebeu de bom grado uma tradução do Novo Testamento feita diretamente da
Vulgata. E o mais notável em sua grande obra é que até hoje nos países de
língua portuguesa, sua tradução, mesmo que sofrendo inúmeras reformas, ainda é
usada e querida. A primeira tradução da Bíblia iniciada no Brasil, foi feita
também por um português refugiado, o Bispo de Coimbra, Frei D. Joaquim de
Nazaré, o qual publicou só o Novo Testamento no Maranhão, em 1875, enquanto que
o trabalho de impressão foi feito em Portugal. Foi deste modo que chegou-nos a
Bíblia que até hoje usamos. Somente em 1902, as Sociedades Bíblicas
empenhadas na disseminação da Bíblia no Brasil reuniram-se, para nomear uma
comissão para retraduzir os textos hebraico e grego em português. Esta comissão
era formada de vários eruditos ligados a diversos grupos protestantes. Entre
eles, o Dr. W.C. Brown, da Igreja Episcopal; J.R. Smith, da Igreja Presbiteriana
Americana do Sul; J.M. Kyle, da Igreja Presbiteriana do Norte; A.B.
Trajano, Eduardo Carlos Pereira e Hipólito de Oliveira Campos, (pesquisa). Soli Deo Gloria!
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